Sendo nós mesmos

Cada um de nossos gestos, palavras e atitudes revela um pouco daquilo que somos. A forja da vida delineia nosso caráter, a depender de como reagimos diante de cada situação.

Muitos possuímos diretrizes internas que nos impelem a agir em conformidade com elas. Essas diretrizes possuem raízes profundas, as quais muitas vezes desconhecemos. Não sabemos por que, mas sabemos o que é o certo. Há uma voz interior que nos orienta se nos dispusermos a ouvi-la. Mas acontece que nem sempre damos ouvidos a ela, e agimos sem consciência de nossas atitudes, sem saber o porquê de determinada decisão ou o porquê de certas palavras terem saído de nossas bocas.

Para sermos nós mesmos, para conhecermos em profundidade nossa essência, é preciso dar ouvidos a essa voz, é preciso agir de forma condizente com o que ela nos diz. E, para isso, é preciso ouvi-la com clareza.

Temos de nos voltar para nós mesmos e nos afastar do turbilhão da vida cotidiana. Temos um vasto universo interior esperando para ser desbravado.

Apenas explorando a nós mesmos, analisando nossos sentimentos, pensamentos e intenções é que podemos dar início a essa jornada.

Quando imbuídos dessa atitude, é como se deixássemos de viver ao sabor dos ventos da vida; é como se içássemos vela e passássemos a ter controle de um navio antes à deriva.

Temos de ter consciência dos princípios que nos norteiam, sob pena de sermos regidos por consensos de época. Se temos clareza daquilo que somos, e agimos de acordo com isso, as adversidades só vêm a fortalecer nosso caráter. Já se não temos o mínimo conhecimento de nós mesmos, a vida não apenas delineia, mas define por completo aquilo que somos. Nos tornamos apenas mais um indivíduo num mar de pessoas.

Mas cada um de nós possui uma essência, uma personalidade formada previamente à vida atual. E precisamos recobrar a consciência dessa essência, daquilo que pulsa no âmago mais profundo do nosso ser, daquilo que os pensamentos do dia-a-dia expulsam da memória.

Nos perdemos em atitudes vazias, em pensamentos que não são pensamentos, mas a mera repetição não sabemos de quê.

Que nossos gestos, palavras e atitudes tenham significado, sendo reflexo daquilo que somos em essência; de nosso eu verdadeiro. Que deixemos de lado o mimetismo e que passemos a reger-nos a nós próprios. Que possamos recobrar a consciência daquilo que somos e ouvir a voz de nossas almas.

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