O turbilhão do dia-a-dia nos afasta de nós mesmos. Problemas, preocupações e mesmo momentos de descontração consomem nossa atenção, impedindo que nos voltemos para a parte mais profunda de nosso ser.
As situações cotidianas são vividas com a pressa imposta por uma rotina acelerada que parece ser a regra dos tempos modernos. Mas, como diz o adágio: a pressa é inimiga da perfeição. E, eu diria, é inimiga de muitas outras coisas mais, como a serenidade e a paz que nos levam a reflexões mais profundas e a conhecimentos mais perenes.
Assim, se o dia-a-dia nos ocupa mas não nos preenche, eu digo: meditar é preciso! É preciso reservar um tempo para nós mesmos, para ouvir a voz de nossas consciências, para rever e corrigir rumos e, sobretudo, para nos aproximarmos da plenitude de nosso ser.
Todos possuímos uma alma a ser desbravada. O “conhece-te a ti mesmo” deve ser o norte de nossas vidas se prezamos por significado e por uma consciência que seja propriamente nossa.
Por isso, insisto: a meditação, no sentido de afastarmos de nossas mentes os pensamentos rasos, de abrigarmos em nossos corações somente os sentimentos mais nobres e elevados e nada além deles e a disposição obstinada (serena, mas obstinada) de rasgar os véus que encobrem nossa consciência, deve ter lugar em nosso dia-a-dia. Precisamos reservar um tempo para meditarmos, a fim de que possamos atingir uma “consciência meditativa” durante os nossos dias.
Conhecemos muito, mas muito de pouco. O essencial, como disse Saint-Exupéry, é invisível aos olhos. E o invisível aos olhos é vastíssimo. Mas pouco tempo dedicamos a esse universo que nossos olhos não captam.
Fechar os olhos. Ouvir uma música tranquila e serena. Esquecer-se de todos os problemas. Respirar profunda e lentamente. Relaxar as tensões. Equilibrar as emoções. Contemplar belas paisagens, o céu azul, o colorido do crepúsculo, a vastidão do oceano. São todas essas pequenas atitudes que elevam nosso ser, que nos preenchem de paz. E, preenchidos de paz, estamos abastecidos do combustível que leva nossa consciência a pairar acima das situações cotidianas. Estamos abastecidos do combustível que pode levar nossos pensamentos para as estrelas e além delas. Assim, uma vez mais digo: meditar é preciso!
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