A Verdade é algo que praticamente todos almejam conhecer. Muitos dizem conhecê-la; e raros, porém sábios, admitem não sabê-la por completo1.
Acredito que um dos pré-requisitos para se enxergar parte da verdade seja desejar isso sinceramente, pois esse desejo real elimina muitas ilusões de verdade, criadas quando a ânsia impaciente de encontrá-la sobrepõe-se ao puro e simples objetivo de chegar até ela.
Confunde-se o desejo de chegar à verdade com a necessidade de se obter uma “verdade” que satisfaça necessidades momentâneas. Mas isso é assunto para outro momento.
Do caminho virtuoso que é o da busca pela verdade, o medo pode-nos afastar, pois quando estamos prestes a encontrar uma parte da verdade é possível que ela não seja exatamente como gostaríamos que fosse. E isso, em alguns casos, pode ser assustador.
Nesse preciso momento uma decisão é tomada, mesmo que de forma inconsciente. Trata-se da decisão de marchar firme em direção à verdade, ou de uma de suas faces, ou recuar, e permanecer na ilusão, que pode momentaneamente até ser mais confortável, mas não mais compensadora.
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1 Isso por si só já é uma afirmação e como tal traz ínsita a pretensão, por parte de quem a proferiu, de corresponder a uma verdade, ou a uma sua pequena faceta.