Somos todos um elo da mesma corrente

Breaking chainI

Cada um de nós é um elo de uma grande corrente. Estamos todos atrelados aos demais, ainda que esses laços permaneçam invisíveis aos nossos olhos.

Mas como assim?, alguém pode perguntar.

Os laços mais próximos, entre familiares e amigos, são óbvios. Temos ligações afetivas com eles e, não importa a distância, dificilmente estaremos plenamente felizes se um deles não o estiver também.

Mas e do longínquo Japão, país que nunca visitei e de cujo idioma não compreendo mais do que meia dúzia de palavras, que ligação tenho com qualquer de seus habitantes?

Bem, certamente se você ouve falar de uma tragédia ocorrida com um japonês qualquer, isso lhe afeta, ainda que temporariamente e numa intensidade talvez pequena. Agora, se lhe contam a história de vida desse japonês, desde a tenra infância, passando por suas agruras e conquistas, essa tragédia toca-lhe mais a fundo. Se você ouve falar de um caso de comoção nacional, como o de Fukushima, ocorrido há poucos anos, você se condói das vítimas.

II

Nosso nível de consciência ainda é muito egoico. Nosso ego ainda filtra quase que todas as percepções que temos da vida. Mesmo nosso amor ainda é egoísta. Segue um trechinho do texto Filhos da Luz, que trata sobre isso:

Começamos aprendendo, instintivamente, a amar a nós próprios, depois aos nossos familiares, em seguida aos nossos amigos com os quais guardamos afinidade… mas todas essas formas de amor trazem em si um pouco de egoísmo. Amamos a “nós”, aos “nossos” familiares, aos “nossos” amigos…

O amor universal é como o sol que irradia o seu brilho para todos.

Quem ama um amor não egoísta ama, também, aqueles que desconhece, aqueles de que diverge e mesmo aqueles que, na falta desse amor, lhe causariam repulsa. E esse amor não fica circunscrito às pessoas, estende-se aos animais, à natureza… é infinito…

Pois bem, o estágio em que nossa consciência se encontra é egoico. Mas, tal como um dia uma simples sementinha se transforma numa frondosa árvore, do mesmo modo, um dia, nossa consciência irá se desenvolver e se tornar mais ampla.

Deixaremos de estar voltados apenas para nós mesmos e nutriremos o mesmo amor que sentimos por um filho, um irmão ou um pai, por toda a humanidade.

Somos almas imortais caminhando pela eternidade. Essa realidade de plena consciência ainda está muito distante de se tornar a realidade do planeta em que vivemos. Mas, sob o prisma da eternidade, eras e eras não passam de um piscar de olhos. É apenas uma questão de tempo.

III

Os laços entre todos nós, seres humanos, são reais e existem desde já, tanto que, quando tomamos consciência de um infortúnio ocorrido com quem quer se seja, nos condoemos disso.

A questão é que no mais das vezes não temos consciência do que ocorre no íntimo de cada um que está distante de nós. Quando despertamos a consciência para isso, nos identificamos com o sofrimento alheio e sentimos compaixão.

Fazemos parte da mesma corrente e, como fiz o adágio: “Não há corrente mais forte do que o seu elo mais fraco.”

Somos todos um. Ao machucarmos alguém, machucamos em primeiro lugar a nós mesmos. É fácil perceber isso. Brigue com alguém e logo em seguida analise a si mesmo: você estará se sentindo mal, inevitavelmente. O mesmo vale para o outro lado da moeda: pratique o bem, ajude alguém e logo você estará se sentindo bem – fazendo o bem a quem quer que seja, você estará fazendo o bem a si mesmo também, pois somos todos um elo da mesma corrente.

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