Matéria e espírito

Tudo aquilo que vemos, sentimos e percebemos – inclusive nós mesmos –, e ainda aquilo que está além de nossas percepções é, por assim dizer, uma forma de energia. Tudo é energia, que se apresenta em variadas formas e estados.

Sublimes ou pesadas, sutis ou densas, luminosas ou opacas, dentre uma miríade de outras configurações possíveis, são as energias em nosso derredor – e também as nossas próprias.

As rochas e as paredes que nos cercam são também energia, ainda que densificada e pouco vibrátil. Mas dizer que a energia nessa configuração densa é pouco vibrátil significa dizer que ela possui alguma vibração. Isto é, uma parede não é um simples bloco de tijolos reunidos por camadas de cimento. Antes disso, ela é uma porção de moléculas a vibrar – ainda que lentamente.

O corpo que ocupamos é igualmente composto por energias densas. Mas, aquilo que somos, isto é, nossa consciência, está além dessas energias, embora temporariamente amalgamada a elas.

Se sabemos que nossa consciência é eterna e que está provisoriamente presa a esse corpo de carne. Se sabemos que uma encarnação terrena é um piscar de olhos perante a eternidade. Se sabemos que quanto mais progredirmos na senda espiritual tanto mais livres das amarras que aqui nos prendem nos tornaremos. Se sabemos de tudo isso, então o caminho mais lógico é sutilizarmos nossa consciência.

E o que isso significa?

Uma vez amalgamados ao corpo carnal, a densidade desse corpo afeta nossa alma. Assim como nossa alma afeta nosso corpo físico. Deste modo, quanto mais voltada para os valores espirituais estiver nossa consciência, mais sutilizada ela será e, assim, maior será a influência de nossa alma em nosso corpo físico.

Via de regra, o que prepondera é o contrário. Isto é, a influência do corpo físico sobre a alma.

Do mesmo modo que as moléculas de um sólido vibram mais lentamente do que as de um líquido e que as deste, por sua vez, vibram mais lentamente do que um gás, assim também ocorre com nossos corpos.

Possuímos pelo menos três corpos (ou veículos de manifestação da consciência). O físico (mais denso), que vibra lentamente. O corpo energético (de densidade intermediária), que vibra mais rapidamente do que o corpo físico. E, por fim, a nossa alma (mais sutil), que vibra rapidamente.

Dado esse cenário, cabe nos perguntarmos: Para onde anda voltada nossa consciência?

Estamos ocupados com as coisas da alma (eternas) ou com as coisas do mundo (efêmeras)? Ou melhor: Estamos equilibrando bem os aspectos espirituais com os terrenos? Nossa consciência está vibrando vibrações sutis ou densas? Temos consciência de nós mesmos ou fomos engolfados pelas vibrações lentas e pesadas desse mundo?

Se somos eternos não terá algo de errado em vivermos como se só existisse aquilo que podemos ver e tocar, entregues aos prazeres e às distrações do mundo?

 

 

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