Evoluir é não somente adquirir e aprimorar virtudes, mas também despojar-se daquilo que nos impede de alçar voos mais altos. E o primeiro dos passos que leva ao despojamento é a humildade. Com ela, deixamos de ostentar convicções momentâneas e nos abrimos para as verdades eternas.
Não há caminho que leve a uma melhora interior que não passe pela superação. E a superação somente é possível quando reconhecemos aquilo que é preciso melhorar. Daí a importância da humildade. Daí a importância de deixarmos vaidades de lado e nos olharmos com sinceridade.
E o olhar sincero requer honestidade, pois quando deixamos de ser honestos conosco mesmos já não somos mais sinceros também. E a mentira não deve ter lugar em nossos pensamentos e sentimentos se o que almejamos é a verdade.
E se ainda não somos capazes de ver-nos tal como somos é porque ainda temos muito do que nos despojar. É preciso despir-nos da fantasia que oculta nosso eu. É preciso deixar para trás, e somente para trás, tudo aquilo que não é verdadeiro, e também tudo aquilo que nos impede de sermos pessoas melhores a cada dia, a cada instante.
Olhar para dentro de nós não é tão fácil como pode em princípio parecer, mas é algo revelador, capaz de dar-nos nova perspectiva das coisas; capaz de abrir-nos a um novo mundo, eternamente existente mas há muito esquecido.
Humildade, a pele que devemos vestir se quisermos entrar em contato com a parte que realmente nos cabe, e que traduz o material de que somos feitos.
Esta indumentária a princípio não é tão confortável nem esteticamente atraente, mas o exercício de adaptação a ela aos poucos nos conduzirá à elegância da verdade.
Imersos na verdade de quem somos, estamos livres para nos deixar levar por esta correnteza que nos leva sempre mais longe.
É como escreveu Jung:
“Quem olha para fora, sonha, quem olha para dentro, desperta”.
Que tenhamos essa humildade de procurar nos conhecermos, compreendermos, sem julgamentos para conosco e com os outros também.
Alê