Erudição x Sabedoria

Quando se está consciente ou com alto grau de lucidez, do pouco se extrai muito. Quando nossa consciência está pairando em baixos níveis, por sua vez, do muito ela extrai pouco.

O que eu quero dizer é que quando nosso espírito está verdadeiramente engajado em aprender, da pouca informação que temos disponível podemos extrair um grande aprendizado.

Ao contrário, um espírito fechado pode ter diante de si bibliotecas repletas de pérolas de sabedoria e não absorver sequer ínfima parcela de tamanho saber.

Sábios antigos chegavam a grandes aprendizados ao observar a natureza, não em seu aspecto transcendental, mas nas pequenas informações que ela nos proporciona.

Ao ver uma maçã cair, por exemplo, Newton teve um insight a partir do qual depreendeu toda uma série de relações complexas da vida. Pouco importa se essa história da maçã é verdadeira. Se não for, serve como metáfora.

E esse é só um exemplo. Há outros casos, de sabedoria espiritual mesmo. Notórios ou desconhecidos, pouco importa.

O que vale, no fundo, sempre, é a lente com a qual olhamos o mundo ao redor. Podemos passar a vida buscando conhecimento e nos julgarmos, por isso, verdadeiros buscadores, mas se lá no fundo, bem no fundinho, já nos considerarmos conhecedores dos mistérios da vida, estaremos como aquele espírito fechado que tem diante de si valiosas bibliotecas, das quais pouco proveito tira.

Erudição e eloquência, de que valem? A verdadeira sabedoria não se encontra nos livros e nas palavras; pode mesmo estar escondida em meio a rudimentos. E onde ela de fato se encontra? Sim, no coração.

 

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