Olhar para dentro

Ah, quão doce é olhar para dentro e perceber uma imperfeição há eras arraigada em nossa personalidade! Verdadeiramente gratificante é a sensação advinda de tal percepção.

Assemelha-se ao cessar de um ruído há tanto ouvido que já nem mais é notado – embora inflija indisposição inconsciente e permanente. É como o alívio do incômodo de que não se dá conta, como o destensionamento provocado por uma massagem inesperada, que acaba com tensões com as quais se convive sem que delas se aperceba.

Assim é tomar consciência de um defeito nosso. Sim, pois nossas falhas infundem sofrimentos em nossas almas, por mais que não tenhamos consciência dessas aflições, que podem ser muitíssimo sutis. E ter uma percepção profunda dessas falhas é, ao mesmo tempo, um ato de observação interna e também de transformação.

A consciência de uma falha é, em seu grau máximo, a sua superação. É transcendê-la. Daí o caráter sublime e o bem-estar em notarmos nossas próprias imperfeições.

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