Quem disse que viagem no tempo é impossível? O que é o perdão senão uma cápsula de amor, envolta por compreensão, enviada ao passado e capaz de alterar todo o encadeamento de eventos seguidos a uma antiga mágoa transmutada em indulgência?
O perdão afrouxa os laços do ressentimento, laços esses que mantêm atados os que deram-lhe causa e também aqueles que – sentindo-se ofendidos – não souberam perdoar.
O perdão desata um nó que surgiu no momento em que a mágoa formou guarida no coração injuriado. É, portanto, um sentimento que volta ao passado.
Aquele que perdoa verdadeiramente não guarda resquícios de mágoa ou rusgas quaisquer que sejam. Elimina por completo todos os vestígios daquilo que um dia lhe causou ressentimento.
Do perdão emerge um novo olhar no presente, que reflete-se também no passado e no futuro. O perdão lança luz às sombras do rancor.
E que não pairem enganos: perdoar não é absolver. Para absolver alguém é preciso, antes, colocar-se na posição de seu juiz. Para perdoar, basta compreender a falta de sentido em condenar.