Deus, livros e músicas

Parte 1

I

Letras, que formam palavras, que formam orações, que formam períodos, que formam parágrafos, que formam capítulos, que formam um livro.

Papéis gravados por tintas, que formam caracteres ou imagens.

Pouco importam as suas dimensões, as suas cores, a qualidade do material em que foram impressos, ou ainda o número de páginas e a fonte utilizada.

Mediante o exame exclusivo destes aspectos formais, jamais se chegará ao entendimento correto do que seja de fato um livro.

II

Cordas vibrando, caixas acústicas ressoando, teclas pressionadas, tubos soprados.

Tablaturas, cifras, partituras.

Dedos tocando instrumentos cadenciadamente.

Por esses prismas, a essência de uma melodia permanece incompreensível.

III

Um livro, antes de ser materializado por meio de palavras impressas à tinta sobre o papel, é uma ideia – ou um conjunto delas. E uma ideia não surge espontaneamente – é fruto de uma inteligência, que manifesta uma intenção.

IV

Uma música, antes de ser materializada em sons, é uma emoção, um sentimento evocado por um ser consciente.

V

Livros e músicas têm algo de etéreo. Suas essências são etéreas. Seus significados transcendem, obviamente, suas feições materiais.

 

Parte 2

I

Tudo o que há no mundo de muito complexo surgido depois do homem, foi criado pelo homem.

II

Nenhuma cadeira jamais surgiu do agrupamento espontâneo de moléculas de madeira – ou de qualquer outro material. Houve uma intenção inteligente por trás.

Nenhum forno micro-ondas jamais surgiu do agrupamento espontâneo dos seus componentes. Houve uma intenção inteligente por trás.

Aparelhos de rádio, televisores, computadores, idem.

III

O ser humano é algo de muito complexo.

Terá sido obra do acaso ou fruto de geração espontânea?

 

Parte 3

I

Tal como os livros e as músicas, o homem transcende ao seu aspecto material.

II

Tal como os livros e as músicas e as cadeiras e os fornos micro-ondas, há uma intenção por trás dos seres humanos.

III

Tal como na criação de tudo o que há de complexo, há uma alma inteligente que emana cada intenção.

 

Parte 4

I

A Vida é uma grande obra, ao mesmo tempo completa e infinita. Deus é o seu autor.

II

A Vida é uma sinfonia; Deus é o seu compositor e maestro regente.

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