A vida é um ato contínuo; não cessa jamais. Toda divisão da vida é uma divisão artificial que serve para captar-lhe um aspecto particular. Mas essa divisão de fato não existe. Assim, não há o que falar em vida espiritual e vida material. É tudo uma coisa só. Vivemos, mesmo acoplados a um corpo de matéria, uma vida espiritual. Se não fosse nosso espírito a animar nosso corpo, nele não haveria vida.
A vida é uma só; e ela se dá em múltiplos planos, em múltiplos corpos, sem, contudo, nossa alma jamais deixar de existir, de viver, por um instante sequer. Assim, a vida da alma é uma só; as experiências terrenas é que são variadas.
A vida terrena é uma experiência particular da vida espiritual. Aqui nossa alma é dada a testes, aprendizados, provas e redenções. Temos a oportunidade de educar as nossas emoções, de cumprir desígnios a que nos propusemos (mesmo que deles não lembremos), de aprimorar nosso caráter e de resgatar antigas dívidas.
Nossa alma está em constante e ininterrupto aprendizado. O estágio em que ela passa no plano terrestre é uma oportunidade ímpar de acelerar esse aprendizado e de por à prova as conquistas internas que pensamos ter alcançado. É uma oportunidade pela qual devemos gratidão e que não deve ser desperdiçada.
Cada instante deve ser vivido em plenitude, seja no trabalho, nos afazeres cotidianos, nas horas livres ou de lazer – tudo pode servir de aprendizado.
Se você começa a semana esperando pelo seu fim e lamenta-se a cada segunda-feira que se inicia, certamente há algo de errado com você. Sim, com você, não com a sua rotina. Falta, talvez, gratidão por todas as oportunidades que certamente surgem diante de você. Falta, mais que isso, enxergar o sentido que há por trás de cada situação. Falta ver a si mesmo e as circunstâncias dentro de um contexto maior, cuja significação talvez lhe escape.
Você pode dar um `bom dia` mecanicamente, ou pode fazê-lo com desejo sincero e um sorriso no rosto. Se fizer isso, certamente esse sorriso irá se multiplicar.
Você pode cumprir com as suas obrigações, fazendo aquilo que esperam que faça, ou você pode fazer aquilo que precisa ser feito, independentemente de alguém ter pedido ou mesmo mandado, ou, ainda, apesar disso.
Você pode passar seu tempo livre a ler ou falar coisas vazias, ou pode direcionar sua mente à busca do verdadeiro significado e sentido das coisas.
Você pode perder tempo em lamentações, reforçando o objeto do lamento, ou pode desde logo encaminhar-se para as soluções, sem perda de tempo e de energia.
Você pode apontar os defeitos das pessoas e do mundo, ou pode ajudá-las e fazer a sua parte para construir um mundo melhor.
Você pode muitas coisas, menos impedir o fluxo da vida, que segue sempre adiante, em seus múltiplos aspectos: os que compreendemos e os que nos são incompreensíveis; aqueles em que acreditamos e aqueles nos quais não cremos; os efêmeros e os perenes…