Matéria e espírito II

Ainda sobre a relação entre matéria e espírito, densidade e sutileza. E aproveitando também a analogia utilizada entre sólidos, líquidos e gases em relação aos nossos corpos físico, astral e mental.

Dadas estas considerações iniciais, vamos a outro aspecto do mesmo tema.

Qual a relação entre matéria, espírito e alimentos?

Estamos acostumados (condicionados) a ver os alimentos tão-só como compostos formados por carboidratos, proteínas, vitaminas, sais minerais e coisas do tipo. Ou então nos vem à mente a imagem de alimentos comuns ao nosso dia a dia, como arroz, feijão, verduras, legumes e carnes. E isso é o que entendemos por alimentos, podendo acrescentar os líquidos a essa concepção.

Acontece que, como já vimos, tudo é energia. Tudo!

Temos, portanto, que: alimentos sólidos são energia densa, líquidos são alimentos de densidade intermediária e gases são alimentos sutis (é através do ar e da respiração que absorvemos as energias mais leves).

Nossa consciência (nós) transita entre nossos corpos, do mais pesado ao mais sutil. E todos os nossos corpos estão ligados entre si. E, naturalmente, todos precisam de alimento/energia.

Ocorre que um alimento sólido não alimenta um corpo sutil, embora um alimento sutil alimente um corpo físico.

Como assim?

Nós somos espíritos temporariamente encarnados, certo? Pois bem, a encarnação é uma situação provisória. Quando abandonarmos esse invólucro carnal se tornará patente que não são mais os sólidos e líquidos que irão alimentar nosso corpo espiritual. Bem, nem é preciso desencarnar para perceber isso.

O fato é: o espírito independe do corpo para sua existência; já o corpo depende fundamentalmente do espírito para animá-lo.

Voltando.

O corpo depende do espírito, e tem a sua “vida” ligada a isso. O espírito (tanto desencarnado quanto encarnado) depende de alimentos tão sutis quanto ele para alimentá-lo. Esses alimentos são energias sutilizadas, as quais o espírito sutil, em ambiente sutil, capta diretamente das cercanias que o rodeiam. Já o espírito encarnado, além dos alimentos densos, precisa também dos alimentos sutis. E como alimentar-se deles?

Já ouviu falar em chacras (ou centros energéticos)? Pois bem, é através deles que “nos alimentamos” das energias mais sutilizadas, tanto encarnados como desencarnados.

O que é mais importante, o alimento denso ou o sutil? Ambos são importantes quando nos encontramos entrelaçados ao corpo físico, mas qual é o mais importante?

Vejamos.

Quantos dias uma pessoa consegue ficar sem ingerir alimentos sólidos (os alimentos de energia mais densa)? Isso varia de pessoa para pessoa, mas digamos que uns 10 dias talvez.

E essa mesma pessoa, quantos dias consegue viver sem beber água (o alimento de densidade intermediária)? Uns 2 ou 3 dias, quem sabe?

E ficar sem respirar (afinal, é desse modo que nos alimentamos das energias sutis), quanto tempo essa pessoa aguentaria? 2, 3, 5 minutos, quando muito!

E aí, o que é mais importante, o denso ou o sutil?, a matéria ou o espírito?

 

Consciência espiritual

Às vezes, na vida, começamos a nos questionar sobre algumas coisas. Perguntamos a nós mesmos qual será o sentido de vivermos a vida que vivemos. Para que estamos aqui? Existe vida além-morte? Há uma razão para isso tudo? Teremos como encontrar um caminho em meio a esse emaranhado de estradas que a vida põe diante de nós?

E quando começamos a nos fazer esses questionamentos, começamos também a nos espiritualizar – ou ao menos levamos nossa consciência a galgar os primeiros passos rumo a uma jornada espiritual.

E falando em consciência, quando começamos a prestar atenção à nossa própria, logo nos damos conta de que ela mesma está além do corpo físico em que estamos entrelaçados. E, portanto, percebemos que sim, existe algo além-morte. Afinal, a morte é um fenômeno que atinge o corpo físico e, com algum grau de auto-conhecimento, notamos que nós (nossa consciência), como já dito, somos algo mais do que o corpo que nos serve temporariamente de morada.

Isto posto, cabem alguns questionamentos mais. Se somos algo que está além daquilo que comumente identificamos com nós mesmos (nosso corpo físico, nosso nome, nosso modo padrão de pensar, etc.), isto é, se apenas detectamos vagamente que aquilo que normalmente compreendíamos como nosso eu não é o que imaginávamos que fosse, isto não significa que nossa consciência até então estava imersa em profunda ilusão? Se sim, com que intensidade devemos buscar livrar-nos dos véus que nos impedem de ver aquilo que é e que deixam entrever somente aquilo que parece ser?

Devemos tomar a pílula do esquecimento ou desbravar aguerridamente os caminhos da verdade? Faça sua escolha.

 

 

Matéria e espírito

Tudo aquilo que vemos, sentimos e percebemos – inclusive nós mesmos –, e ainda aquilo que está além de nossas percepções é, por assim dizer, uma forma de energia. Tudo é energia, que se apresenta em variadas formas e estados.

Sublimes ou pesadas, sutis ou densas, luminosas ou opacas, dentre uma miríade de outras configurações possíveis, são as energias em nosso derredor – e também as nossas próprias.

As rochas e as paredes que nos cercam são também energia, ainda que densificada e pouco vibrátil. Mas dizer que a energia nessa configuração densa é pouco vibrátil significa dizer que ela possui alguma vibração. Isto é, uma parede não é um simples bloco de tijolos reunidos por camadas de cimento. Antes disso, ela é uma porção de moléculas a vibrar – ainda que lentamente.

O corpo que ocupamos é igualmente composto por energias densas. Mas, aquilo que somos, isto é, nossa consciência, está além dessas energias, embora temporariamente amalgamada a elas.

Se sabemos que nossa consciência é eterna e que está provisoriamente presa a esse corpo de carne. Se sabemos que uma encarnação terrena é um piscar de olhos perante a eternidade. Se sabemos que quanto mais progredirmos na senda espiritual tanto mais livres das amarras que aqui nos prendem nos tornaremos. Se sabemos de tudo isso, então o caminho mais lógico é sutilizarmos nossa consciência.

E o que isso significa?

Uma vez amalgamados ao corpo carnal, a densidade desse corpo afeta nossa alma. Assim como nossa alma afeta nosso corpo físico. Deste modo, quanto mais voltada para os valores espirituais estiver nossa consciência, mais sutilizada ela será e, assim, maior será a influência de nossa alma em nosso corpo físico.

Via de regra, o que prepondera é o contrário. Isto é, a influência do corpo físico sobre a alma.

Do mesmo modo que as moléculas de um sólido vibram mais lentamente do que as de um líquido e que as deste, por sua vez, vibram mais lentamente do que um gás, assim também ocorre com nossos corpos.

Possuímos pelo menos três corpos (ou veículos de manifestação da consciência). O físico (mais denso), que vibra lentamente. O corpo energético (de densidade intermediária), que vibra mais rapidamente do que o corpo físico. E, por fim, a nossa alma (mais sutil), que vibra rapidamente.

Dado esse cenário, cabe nos perguntarmos: Para onde anda voltada nossa consciência?

Estamos ocupados com as coisas da alma (eternas) ou com as coisas do mundo (efêmeras)? Ou melhor: Estamos equilibrando bem os aspectos espirituais com os terrenos? Nossa consciência está vibrando vibrações sutis ou densas? Temos consciência de nós mesmos ou fomos engolfados pelas vibrações lentas e pesadas desse mundo?

Se somos eternos não terá algo de errado em vivermos como se só existisse aquilo que podemos ver e tocar, entregues aos prazeres e às distrações do mundo?

 

 

Outra breve mensagem

Abre-te para a Luz, ó irmão!

Despe-te da veste de carne que embaralha tua visão.

Emancipa tua alma.

Livra-te dos liames que te prendem.

Mas não te afasta de onde te encontras.

Desnuda-te para ver-te a ti mesmo.

Recompõe-te depois, vestindo aquilo que é roupagem e não pele.

Vive no mundo da carne com o olhar do mundo da alma.

Irradia a luz espiritual através de tuas ações.

Sê consciente de ti mesmo.

Esparge fagulhas do Grande Fogo celeste.

 

Erro e culpa

A culpa é um sentimento que deve ser eliminado de dentro daquele que decide percorrer o caminho rumo ao desenvolvimento espiritual. A culpa paralisa, leva à estagnação. E isso é o oposto do que se almeja ao percorrer as sendas da alma.

O erro faz parte do processo evolutivo. Não é possível crer que alguém passe incólume aos desafios que a vida apresenta. Todos erramos, e não há qualquer problema nisso.

Para darmos passos à frente na trilha evolutiva, precisamos converter erros em aprendizado, não em culpa.

À medida que nossa consciência evolui passamos a perceber os pontos em que repetidamente erramos, ano após ano, vida após vida. E quando verdadeiramente temos consciência de nossos erros, superamo-los e agregamos novos aprendizados ao nosso acervo de experiências.

Repito: errar, todos erramos. E continuaremos errando por um bom tempo. Assim, ter consciência de um erro não é motivo para sentir-se culpado. Muito pelo contrário: quando conscientes de um erro é que podemos mudar, evoluir. E isso não é bom?

O que não podemos, é claro, é repetir sempre os mesmos erros. Devemos buscar sempre errar erros novos.

Aquele que não erra, dificilmente evolui. Isso pois provavelmente está estagnado numa determinada zona de conforto, preso a padrões repetidos de pensamento.

Mas não se sentir culpado é muito diferente de não assumir responsabilidades. Todos somos responsáveis por nossas ações. A questão é que a culpa em si em nada ajuda, seja para reparar um erro ou para não cometê-lo novamente. A consciência e a responsabilidade sim é que devem estar sempre presentes. A culpa, jamais.

A culpa é uma espécie de auto martírio. E isso nada resolve.

Se erramos e nos sentimos culpados por isso, então erramos duplamente. Primeiro pelo erro em si; depois, pela própria culpa, que também é um erro no sentido em que nos afasta do caminho evolutivo.

Errou? Siga adiante!

Sintonias e escolhas

A cada sentimento que pulsa dentro de nós, entramos em sintonia com uma determinada fonte de energia. Se sentimos amor, nos sintonizamos com a fonte infinita e inesgotável desse sentimento. Se o que sentimos é raiva, igualmente entramos na sintonia vibratória dessa emoção.

E cada sentimento – seja ele paz, amor, compaixão, compreensão, alegria, ou mesmo raiva, desânimo e tristeza – faz parte de uma fonte energética de uma magnitude incomensurável.

Assim, se o sentimento de desânimo, por exemplo, toma conta de nós, estamos submetidos a um potencial energético que é infinitamente maior do que o nosso próprio potencial. Isto é, nos tornamos engolfados por uma quantidade de energia que é muito maior do que a quantidade de energia do nosso ser.

Isso pode parecer assustador, mas, quando compreendido um pouco mais esse processo energético, vemos que não é. Muito pelo contrário.

Quando amamos verdadeiramente, a fonte do amor jorra sobre nós e perpassa cada molécula do nosso ser. E isso nos conecta a algo colossal, capaz de nos elevar acima de qualquer empecilho mundano, alterando a perspectiva com que enxergamos as coisas.

Os sentimentos negativos nos oprimem; os sentimentos positivos nos elevam.

Ao sentir uma emoção negativa, ficamos circunscritos dentro de nós mesmos. Ficamos fechados. Ao sentir uma emoção positiva, expandimos nossa consciência para além do nosso universo interior. Abrimo-nos para o infinito e eterno.

Essa é uma regra geral, mas que se aplica a toda situação particular, a cada instante. A todo o momento estamos nos conectando a alguma coisa. A todo o momento estamos criando laços energéticos.

Ao pensarmos em alguém, nos conectamos a esta pessoa. Ao compactuarmos, ainda que silenciosamente, com algo que não concordamos, entramos em sintonia com essa energia que é contrária àquilo que acreditamos. E isso gera um conflito interno. Gera um torvelinho energético, pois abrigamos dentro de nós, a um só tempo, energias conflitantes entre si.

Se lemos uma notícia que nos revolta, entramos em sintonia com toda a revolta daqueles que leram a mesma notícia e sentiram a mesma coisa.

Diante disso tudo, fica evidente a importância de direcionarmos nossa sintonia para a frequência a que almejamos estar conectados. Podemos viver com um olhar cabisbaixo ou viver a divisar o céu e as estrelas. Podemos viver imersos em dificuldades ou expandirmos nosso olhar para além delas, enxergando soluções e agindo em prol de alcançá-las.

Cada um é livre para fazer suas escolhas. Mas, para que as escolhas sejam feitas, é preciso um mínimo de consciência desse processo. Sem essa consciência, somos arrastados pelas circunstâncias, não percebendo nossa liberdade de escolha e capacidade de direcionamento. Quando conscientes desse processo, por sua vez, quem sabe qual é o limite que nossas almas podem atingir?

Aquilo que somos

Somos fruto de nossa consciência, mas também de sua falta. A cada pensamento que emitimos, trazemos à tona toda a consciência que alcançamos naquele instante. Porém, nesse mesmo pensamento está expressa, além de nossa consciência, a sua ausência.

Isto é, somos aquilo que alcançamos e aquilo que deixamos de alcançar.

Por isso é importante estarmos abertos ao novo. É importante que deixemos de pensar pensamentos repetidos, em frequência sempre similar.

Evoluir é mudar. E mudança é expansão. É o alastrar da consciência, tornando-a capaz de abarcar aquilo que até então não compreendia e, muitas vezes, sequer concebia.

Isso é alcançado quando lançamos olhares compreensivos, e não preconceituosos. Quando sentimos amor e compaixão, ao invés de temores e ressalvas. Quando a persistência e a obstinação afastam a letargia de dentro de nós.

Ainda: Quando a humildade nos mostra nossas limitações temporárias. Mas uma humildade não resignada, pois aliada ao desejo de superação. Quando conscientes de que cada qual é responsável por seu próprio destino e de que, para evoluir, basta uma simples escolha, a de ser a cada instante uma pessoa melhor.

Quando tudo isso ocorre, nos tornamos um pouco menos inconscientes. Continuamos sendo fruto tanto de nossa consciência quanto da ausência dela, mas essa proporção muda ao menos um pouquinho.

Uma breve mensagem

Consagra-te à prática do Bem.

Guia-te pelos luminares do Amor.

Apoia-te no aprendizado adquirido ao longo de tuas vidas.

Espelha-te nos exemplos de mudança e superação.

Abre-te para o eterno.

Volta-te para o Alto e te preenche de luz.

Embebe-te de Paz e te expande em compreensão e saber.

Sintoniza-te com a Harmonia maior.

Vislumbra o que até hoje teus olhos não puderam ver.

Acredita naquilo que teu coração te mostra.

Abnega-te daquilo que te agrilhoa.

Liberta-te, eleva-te.

Pacifica-te, encontra-te a ti mesmo.

 

Solidão e amparo

O caminhar espiritual é um caminhar solitário. Apesar disso, porém, não estamos sozinhos. É solitário, pois cada passo que galgamos somente pode ser dado por nossas próprias pernas, a despeito da vontade de quem quer que seja de caminhar por nós. Mas, apesar de termos de dar nossas próprias passadas, sempre temos amparo em nosso redor, nos estimulando e dando forças para seguirmos adiante.

E esse amparo vai ainda além. Quando temos a sensação de que o chão sob nossos pés desapareceu, e a única impressão que temos é a de que estamos sobre um precipício, prestes a cair, nos damos conta de que algo ou alguém freou nossa queda.

E aí temos a certeza de que não estamos sós.

Honestidade, véus de ilusão e a Grande Luz

A honestidade é a força capaz de retirar os véus que nos escondem de nós mesmos. Honestidade, do ponto de vista espiritual, é o oposto do auto-engano, isso pois sob esse olhar espiritual não lançamos nosso julgamento sobre ninguém senão nós mesmos.

Deste modo, se nosso julgamento é voltado para nossas atitudes internas, nos compete ser honestos para conosco mesmos em primeiro lugar. A honestidade para com os demais e nas diversas situações com que nos deparamos é a consequência natural da honestidade para conosco.

Quando caímos em auto-engano, deixamos de ser honestos para com a voz interna que nos guia. Isso pois deixamos de acreditar na verdade cristalina que nossos corações e mentes, quando cristalinos, nos apontam. E passamos a acreditar nas ilusões que as circunstâncias da vida colocam diante de nós.

Nos momentos de introspecção é que é possível a percepção deste processo. Quando estamos no caminho certo, por mais árduo que seja esse caminho, nosso interior está brilhante e reluzente. Não importa a dificuldade da decisão que temos  de tomar, se é a decisão certa, a tomamos com paz e leveza, ainda que o horizonte próximo possa ser nebuloso.

O que nos mantém nessa trilha estreita porém infinita? O que nos mantém nessa trilha que é o caminho que nos liga às esferas celestiais? Diria que é a Honestidade, pois é ela que nos afasta das ilusões e nos mantém no caminhar reto.

Quando somos honestos para conosco, temos o que é certo muito claro em nossos corações e mentes. Porém, nem sempre o caminho reto é o que parece mais agradável de ser percorrido.

Quando conscientes de nossas ações e de nosso ser, nos vemos diante de circunstâncias que nos pedem o impossível. E aí é preciso Coragem para encarar aquilo que parece impossível. A Coragem nos faz permanecer Honestos. E a Honestidade nos mantém na trilha reta.

Nessa trilha estamos alinhados com a Grande Luz que a todos que se voltam para ela ilumina, assim como todos aqueles que se desvencilham dos telhados que os encobrem são iluminados pelo sol que não cessa de irradiar seu brilho.

Sede honesto a todo instante e não hei de nada temer. As ilusões de dificuldade serão passageiras e o Tempo será como que teu amigo.

Esteja na trilha reta e mais curto será o teu caminhar. Volta-te para o Alto galgando os degraus de tua transformação interna ou da redescoberta da luz que te guia. Sede como sóis que irradiam luz sem cessar e sem escolher a quem iluminar. Sede fagulha da chama infinita da Grande Luz e a ela retornarás.