Nosso passado, nosso tesouro

ampulheta

1.       O tesouro mais bem guardado

Nosso passado é nosso tesouro. É o repositório das nossas mais caras experiências e aprendizados, vitórias e conquistas; nele estão reservadas todas as glórias que um dia já alcançamos.

E esse tesouro está guardado num cofre que é o mais seguro de todos, verdadeiramente inviolável: nossa alma, que mantém intactos e eternos os registros daquilo que somos e que vamos nos tornando.

A cada atitude que tomamos, a cada postura que temos diante da vida, agregamos uma nova joia ao nosso tesouro particular, que não cessa de aumentar. Nada nem ninguém, em tempo algum e sob nenhuma circunstância pode tirar de nós aquilo que construímos em nossas vidas. O passado sela as nossas atitudes e as eterniza.

Atitudes que podem ser silenciosas e não contar com testemunhas que não a nossa própria consciência, perpetuam-se por todo o sempre, não podendo jamais ser alteradas ou desfeitas. Eis a beleza do passado, que vamos construindo a cada instante, ainda que fixos no presente ou mesmo com olhos no futuro.

A cada decisão que tomamos construímos parte do nosso legado. E a cada instante, podemos decidir o que iremos construir a partir daí.

 

2.       Alterando o passado

Como toda boa regra, a imutabilidade do passado tem a sua exceção. Embora ele esteja guardado na redoma do tempo, podemos de algum modo acessá-lo e até mesmo alterá-lo. É possível lapidarmos as joias de nosso tesouro que jaziam brutas em nossa alma. Um sentimento de dor ou frustração, por exemplo, pode ser convertido em gratificação ou aprendizado com o entendimento posterior que formamos da situação passada.

Novas experiências conferem novos significados a experiências passadas.

Ao descobrirmos que da dor que sentimos resultou um significado maior, como livrar da dor alguém a que amamos, ou então caso ela tenha, de algum modo, servido a uma causa superior, automaticamente ela deixa de ser armazenada como dor em nosso interior; a joia bruta – dor – é lapidada e passa ao estado de gratificação que, ao invés de ferir nossa alma, refresca o nosso ser.

Assim, aquele mesmo fato passado é alterado, ao menos no modo como o percebemos e sentimos. O que antes machucava, agora causa enlevo.

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