A vida é uma eterna busca por nós mesmos. Às vezes, contudo, é preciso nos desligarmos daquilo que acreditamos ser para encontrarmos aquilo que verdadeiramente somos. É preciso nos desapegarmos dos nossos anseios mais imediatos, dos nossos desejos momentâneos. É preciso desfazermos a auto-imagem criada por nosso ego repleto de interferências externas para darmos espaço a nossa consciência.
Como crianças com medo de crescer, apegamo-nos ao nosso objeto de transição. Esse objeto pode ser uma relação sofrida (mas da qual não conseguimos – nem queremos – nos desligar); pode ser um hábito há muito arraigado, que nos impede de seguir adiante (mas que nos mantém firmes numa zona de conforto). Enfim, é sempre algo fora de nós que nos impede de acessarmos nosso interior, que nos impede de enfrentarmos as batalhas contra as nossas limitações e fraquezas, e que nos fazem crescer.
Temos medo do espelho que nos mostra nossas almas tal como são: imperfeitas. Mas uma coisa é certa: o medo nunca é um bom conselheiro. Então, se o medo diz que você não deve seguir por determinado caminho, faça justamente o contrário: siga adiante, mesmo com medo.
Se você está prestes a descobrir algo desagradável sobre si mesmo, não tenha medo. Na verdade, isso é motivo de alegria, afinal, descobrir uma falha ou ponto que pode ser melhorado é o primeiro passo para a superação. Fechar os olhos para isso é como manter a sujeira escondida debaixo do tapete. Não vai fazer com que a sua casa fique mais limpa.
No fim das contas, tudo o que é preciso para encontrarmos a nós mesmos – e com isso o caminho da evolução – é a honestidade. Com ela nos desvencilhamos das ilusões que nos proporcionam prazeres tão intensos quanto efêmeros; trocamos aquilo que parece ser por aquilo que é; lidamos não mais com mentiras, mas com a verdade. E finalmente seguimos a trilha que nos levará à melhor versão de nós mesmos.