A mente humana é um verdadeiro universo particular. Tão vasto ou limitado quanto a consciência por trás dela permitir que o seja. Todo o cabedal de crenças, convicções, filosofias – ou mesmo simples afinidades e simpatias – que carregamos em nós não são muito mais do que o simples fruto do condicionamento quase que eterno desse ente até certo ponto autômato que é a nossa mente.
Como mero reflexo desse condicionamento inconsciente surgem as nossas alegrias e tristezas, esperanças e medos, etc., etc.
A mente é o principal filtro da consciência. Na impossibilidade de contemplarmos diretamente a realidade tal como ela é, a cada instante e diante de cada situação, utilizamos (em geral sem consciência disso) a nossa mente como atalho para a apreensão da realidade. A mente é uma ferramente útil, porém falível.
A mente é mecânica e repetitiva. Ela aprende e se desenvolve por meio do mimetismo. Se a mente observa que determinada situação deva gerar comoção, quando o ser que a ela está entranhado passa por situação semelhante, automaticamente é tomado por similar comoção. Esse é um processo mimético, não consciente – embora tenha toda a aparência de um ato espontâneo.
As pessoas choram em determinadas situações porque desde sempre observam outros chorarem em situações do mesmo tipo; não necessariamente porque chorar nessas ocasiões seja uma atitude natural. Pode ser uma manifestação robótica, ainda que carregada de imensa carga emocional. Isso, pois nem sempre é um processo consciente. A consciência, quando consultada, pode discernir sobre a maneira como devemos proceder. E nem sempre ser inundado por emoções é a maneira mais conveniente de se portar.
A ausência de emoções, por outro lado, parece ser algo anti natural. Elas fazem parte do ser humano, embora não precisem governá-lo. Tomar consciência desses mecanismos é a chave para uma libertação interna, capaz de proporcionar um estado interno de bem-estar perene e não sujeito às circunstâncias externas, sejam elas quais forem.