Já carreguei em meu peito convicções pelas quais daria de bom grado minha vida para assegurá-las. Nada – nem o tempo, nem qualquer força do universo – poderia abalá-las. Mas eis que algo sutilmente as dissipou: a maturidade.
Não digo que não há causas que, em escala de valor, estão acima da minha vida. Há, e muitas. Digo, apenas, que chega uma hora em que o menino que há em nós deve dar lugar ao homem que nascemos para nos tornar. Ou melhor: esse homem tem que assumir o seu posto, e fazer o menino crescer, assumindo responsabilidades e adquirindo sabedoria.
O domínio das emoções deve se sobrepor aos ímpetos inconsequentes. Uma mescla de austeridade e serenidade deve tomar o lugar da verve adolescente. A confiança deve sobrepujar o medo.
De cada fase da vida, devemos carregar para a etapa seguinte aquilo que há de melhor. Da criança, conservemos a pureza – sem sermos demasiado ingênuos. Do adolescente, conservemos a fibra – sem sermos tolos. Do adulto, conservemos a maturidade – sem sermos rijos demais.
E não percamos de vista: há sempre um novo horizonte diante de nós, e cada etapa da vida é uma preparação para a subsequente.