Maior do que o jugo daquele que esteve oprimido por uma máscara de ferro é o jugo daquele que não sabe os caminhos para libertar-se dos liames da carne.
Quando finalmente olharmos nos recônditos de nossas almas, escondida sob o manto de carne que nos envolve, encontraremos a fagulha de uma luz intensa que está ali para brilhar.
Tal como o homem que viveu anos com uma máscara de ferro a pesar-lhe sobre a face e esconder suas feições de si mesmo, assim são aqueles cuja consciência não se expande para além do invólucro de matéria que os envolve.
A chama luminosa que arde no interior de cada um, assim como a chama do fogo, precisa de combustível para continuar queimando e espargir sua luz. Se uma fogueira for tamponada, em pouco tempo seu fogo se apaga. A chama que reside em nosso interior, à diferença da chama física, não se apaga jamais, até por sua natureza eterna. Mas ela pode ficar enfraquecida quando tamponada pelo manto carnal.
E por isso digo: Que nossas consciências se expandam para além da matéria e da carne! Que nossas almas não se resignem ao confinamento de nossos corpos físicos.
Ao dilatar nossas almas, com a expansão de nossas consciências, fazemos com que a fagulha interna de luz que habita em nós queime com ardor. E assim a pequena fagulha se transforma em grande labareda, e a luz tímida e bruxuleante se transforma em brilho vívido e impetuoso.
Nesse processo, alimentamos nossa luz interna com o combustível que ela precisa para arder com mais intensidade.
E isso é a verdadeira liberdade, pois a um confinamento mais severo do que aquele que foi oprimido com uma máscara férrea estão submetidos aqueles que não sabem os caminhos para se libertar dos liames do corpo terreno. Desvencilhados dessa prisão, encontramos a liberdade de nossas almas.
A diferença em relação àquele que esteve sob o jugo da máscara de ferro, é que TODOS possuímos a chave para sair da cela que nos aprisiona. E essa chave não se encontra em nenhum livro, em nenhuma crença em particular, embora os caminhos capazes de nos mostrar onde essa chave se encontra possam ser apontados por muitas delas. Essa chave também não se encontra em nenhum local a ser descoberto por longa peregrinação. Essa chave encontra-se num local tão perto quanto distante do nosso alcance: ela está dentro de nós.
É uma chave sutil e, portanto, é preciso que desbravemos os caminhos de sutileza para encontrá-la. E isso significa percorrer as sendas da espiritualidade. E esse caminho não pode ser percorrido sem Coragem, Honra, Força, Determinação, Obstinação, Bravura, Dignidade, Amor, Bondade, Serenidade, Paz, Sabedoria, Altruísmo, Humildade, Lealdade, Compaixão…
Para nos libertarmos, precisamos ser verdadeiros guerreiros da liberdade. Guerreiros que empunham suas armas não para ferir, até porque suas armas não ferem, mas para com elas espalhar a Luz e a Compreensão, vivenciadas dentro de si, ao vencerem a mais difícil de todas as batalhas: aquela que é travada no âmago de nós mesmos.
Sede justos, bons e honestos. Sede bravos e ao mesmo tempo humildes. Sede serenos sem com isso perder a firmeza. Sede calmos e tranquilos, sempre prontos para a ação necessária. Sede perseverantes…
Paz e Luz