Muitas pessoas carregam dentro de si decepções e amarguras que fazem com que se fechem. Endurecem seus corações para se protegerem de novas experiências doloridas.
Duro como uma rocha, é assim que seus corações se tornam. Uma rocha inquebrantável, que realmente as protege e impede de passar por novos desapontamentos.
Mas o que será mais forte, a rocha ou o vento?
Poderá uma rocha “quebrar” o vento? A resposta é um óbvio não.
O contrário, porém, é plenamente possível. O vento pode “quebrar”, ou, ainda melhor, lapidar a rocha. É verdade que isso requer tempo. Mas o que é o tempo para almas que são imortais?
Os sentimentos mais sublimes são fluidos e trazem em si liberdade. Estão alinhados com o fluxo da vida e, por isso, são libertadores.
Assim, será que ser forte é ser duro como uma rocha? Nenhuma rocha está livre da ação do tempo; todas elas um dia hão de deixar de existir. Todas elas sucumbem diante da ação vagarosa e tranquila, porém persistente, de uma brisa perpétua.
Ah, o vento. Eis um belo exemplo de algo eterno. Ou alguém saberá qual o seu começo e o seu fim?
Aliás, o vento em muito se assemelha às nossas almas, também eternas. Ambos são invisíveis aos olhos terrenos, mas não por isso deixam de estar presentes em nossas vidas.
Se fecharmos os olhos e apaziguarmos nossas mentes, poderemos sentir o frescor de uma brisa suave que há muito tocava nossos rostos, mas que dela não nos dávamos conta, por estarmos imersos em preocupações e afazeres mundanos.
Ah, sim. Dessa mesma maneira podemos nos dar conta de nossas almas, pois ao cerrarmos os olhos e nos preenchermos internamente de Paz, inevitavelmente entramos em contato conosco mesmos, isto é, sentimos nossas almas, tão vivas e vigorosas como a brisa que toca nossos rostos.
E assim entramos em sintonia com o Eterno.
O que poderá nos aproximar mais da plenitude do que isso?
Mas… quando endurecemos nosso coração, o que buscamos não é proteção? E, nessa proteção, não procuramos encontrar alguma felicidade? Eis aí uma contradição, afinal…
A felicidade não é a ausência de dor. A felicidade é um sentimento em si, e não a simples ausência daquilo que a inibe.
Se nos endurecemos, tão-só colocamos ao redor do nosso coração uma casca de pedra que a ação do tempo irá lapidar, pois esse é o caminho da Evolução.
Como seres eternos, fomos feitos para caminhar em direção da Eternidade. E isso significa livrar-nos de amarras e não nos prendermos a elas.
Vale lembrar que as cascas que envolvem o coração são como que um escudo, mas um escudo indefinidamente armado, que além de proteger de decepções, impede também a aproximação de pessoas que trazem em si amor e doação, pelo simples ato de amarem e se doarem, sem querer nada em troca.
Assim, um coração duro como a rocha pode de fato proteger de sofrimentos, mas, inevitavelmente, deixa de ser acolhedor também para os melhores sentimentos.
Aqueles que, ainda assim, optarem por se fechar, o vento há de lentamente lapidar…
Por providencia,hoje estava me perguntando sobre mim,conversei com D MAGDA e ela me colocou para refletir sobre porque eu nunca escolhi e sim me deixei ser escolhida ,emfim falou sobre essa proteçao que tenho de me colocar diante
dos meus sentimentos,acho que estou começando a me entender.
Que bom! Fico feliz que esteja se entendendo…
Diante de tudo o que tem pra ser conhecido, a compreensão de nós mesmos, de nossos próprios sentimentos e de tudo inerente ao nosso ser é certamente das coisas mais importantes a serem compreendidas.
Nesse processo de auto-conhecimento, temos de nos permitir colocar pra fora aquilo que carregamos dentro de nós. Todos temos direito a manifestar opiniões, pensamentos e sentimentos… não podemos nos reprimir. É claro que devemos tomar cuidado pra não machucar os outros. Mas acho que no seu caso, o caminho é muito mais se libertar do que ter esse cuidado que, ao que parece, já tem (talvez até em excesso). O que quero dizer é que não podemos nos anular.
Evolução é expansão, fluidez… e isso significa trazer os sentimentos à tona, e não deixá-los contidos ou reprimidos.
Mas vai com calma, não se assuste… levamos um certo tempo para nos entender (e talvez nunca consigamos isso plenamente).
Meditação ajuda muito nesse processo de auto-conhecimento…
Obrigado pelo comentário!
Carlos