Espiritualidade prática 2

Assim que encerrado o ciclo mensal com as práticas do postEspiritualidade prática”, o ideal é que seja feita uma avaliação dos resultados obtidos nesse período. Busque identificar as mudanças que ocorreram dentro de você e na sua forma de enxergar as coisas.

Depois disso, sugiro que se proponha a renovar esse ciclo, porém agora com uma dificuldade a mais. Acrescente às suas metas diárias duas outras. Essas metas, diferente das primeiras, não são para que você crie um hábito, mas sim para que você se livre de maus hábitos. São elas:

1) Não reclamar. Simples assim. Passe um dia todo sem reclamar de nada, por mais que existam motivos para isso (é justamente quando há motivos e não embarcamos nessa atitude que notamos algo de diferente). Mantenha uma meta firme de não reclamar de nada, de absolutamente nada. Isso não significa, é claro, que você deva se sujeitar a tudo e ser uma pessoa submissa. Mas esse não é o problema da maioria das pessoas, então, mantenha firme o propósito de não reclamar de nada, pois são raríssimas as exceções em que uma reclamação é a atitude mais sábia.

2) Não falar mal de ninguém. Por mais justos que lhe pareçam os motivos para falar mal de alguém, contenha-se. Ao perceber que o comentário que está para sair de sua boca é negativo, ainda que se sinta no direito de proferi-lo, mantenha-se calado. Isso é também uma lição de humildade, afinal, toda crítica carrega em si um tom de superioridade. Somos consciências fragmentadas e não somos capazes de enxergar tudo o que há para ser enxergado, que é vastíssimo e em grande parte inconcebível. Assim, não nos cabe ser o juiz de ninguém, até porque não temos a mínima condição para isso. Achar que temos o direito de julgar os outros é um erro profundamente arraigado. Na verdade, nunca o cometemos conscientemente com um pensamento do tipo: “Eu estou lhe julgando por isso…”. Julgamos sem notar estar julgando. Daí a regra simples: não fale mal de ninguém, só isso.

Mantenha-se firme nesses propósitos durante um dia inteiro. Quanto tiver conseguido ficar um dia todo sem reclamar de nada nem falar mal de ninguém, proponha-se a fazer isso durante uma semana inteira. Uma semana livre desses maus hábitos é o suficiente para notar grandes diferenças em nós mesmos e ter uma nova e surpreendente visão sobre a vida.

A contagem do ciclo só vale para os dias em que atingimos as metas. Assim, só podemos considerar o primeiro ciclo, do post anterior, completo se seguimos as práticas por um mês, ininterruptamente. De igual modo, a semana desse novo ciclo só irá se completar quando ficarmos sete dias consecutivos sem reclamar e falar mal de alguém.

Falhou? Recomece. Sem culpa ou desânimo, apenas recomece.

É claro que viver a espiritualidade não é seguir uma receita pronta. É, antes de tudo, viver um caminho de autoconhecimento e ampliação da consciência. Ainda mais importante do que isso, é fazer desabrochar dentro de si os bons sentimentos. É viver o Amor, a Paz, a Compaixão, o Altruísmo, a Sabedoria. Mas esse é um passo gigantesco, verdadeiramente imenso, e não é possível dá-lo sem antes aprender a andar. E para que deixemos de engatinhar no caminho espiritual e comecemos a galgar os primeiros passos, essas atitudes são essenciais.

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