Subitamente, todos os sons tornaram-se um só: o som de um burburinho distante. As vozes, os risos, os ruídos dos objetos, o som dos veículos, tudo convertera-se nisto: um simples e único burburinho. E esse som único, em seguida, tornara-se silêncio. Mas não um silêncio vazio. Um silêncio preenchido de paz.
Quando tudo à volta havia deixado de chamar-lhe a atenção, voltara-se para si mesmo. E, dentro de sua alma, encontrara a paz.
Seguido ao momento de introspecção, voltou novamente o olhar para seu redor. E, como num passe de mágica, a paz que sentira havia ajustado sua visão. As cores tornaram-se outras: mais vivas e belas. As paisagens também haviam mudado: o céu ficou mais azul, a relva mais brilhante e as flores mais vistosas. As pessoas, igualmente, ficaram mais bonitas também: percebia nelas sorrisos agradáveis, gestos de bondade e a beleza da simplicidade.
Ver as coisas por esse prisma aumentava ainda mais a Paz que sentia. Tudo lhe parecia cada vez mais belo. Ao contemplar a beleza e experimentar a Paz, era naturalmente impelido a compartilhar beleza e paz: a beleza e a paz que carrega um sorriso gentil, a beleza e a paz que carrega o silêncio de um ouvinte paciente, a beleza e a paz que carrega um ato de doação.
Tudo era como sempre havia sido, mas nada mais era o mesmo. E isso, graças à mágica da Paz.