Eu gosto de livros. Mas esse não é um texto para enaltecê-los. Livros são como janelas que, abertas, nos brindam com a beleza da paisagem que há além. Só podemos contemplar a beleza se já a conhecermos em nosso interior e, também, se estivermos dispostos a admirá-la.
Assim é também com os livros: para que possamos aproveitá-los ao máximo, é preciso que já os conheçamos de antemão, em certo sentido. É preciso que já tenhamos algum nível de compreensão da ideia de que tratam e que estejamos dispostos a nos defrontarmos com ela abertamente, livre dos escudos de nossa mente.
Muitos escudos devem ter-se levantado quando da leitura do parágrafo anterior. Como precisamos conhecer de antemão aquilo que desejamos vir a conhecer? Essa é uma questão que continuará pairando no ar por enquanto.
Livros – e o mesmo vale para tantos outros meios que nos levam ao saber, tal como filmes, documentários, conversas, etc. – são tão-somente o estímulo que desperta em nós aquilo que já sabemos e que em nós está latente, adormecido.
Quando somos submetidos a determinados estímulos, ocorrem em nós pequenos insights e, num único e breve instante, temos a compreensão de algo que até então imaginávamos conhecer. Desse algo e de diversas de suas implicações, para as quais até o momento não havíamos atentado.
Essa é a sensação de saber, ou lembrar?, de algo. E é essa uma sensação que nos causa um pequeno preenchimento. Por isso eu digo: livros são como janelas. Podemos olhar para a mais bela das paisagens e não ver a beleza que há nela. Podemos olhar para uma cena e não compreendê-la.
O entendimento e a compreensão não encontram-se nos livros, mas em nosso interior. A beleza externa é um estímulo que nos faz ter consciência de algo belo que há em nós; e, quando temos consciência disso, pulsamos essa beleza. Do mesmo modo, quando entendemos o que é o amor, vivenciamo-lo; e essa vivência se dá em nós.
O saber não está nos livros; no entanto, ao lermos as coisas certas e estarmos abertos a elas, seu estímulo pode nos levar a algum tipo de sabedoria…
Seu post fez relembrar-me um livro que me fez repensar sobre como podemos realizar julgamentos precipitados em relação às pessoas.
E, como as situações podem verdadeiramente não ser o que parecem.
Alê