Um dia, num futuro longínquo – muito, muito distante – os olhares para trás revelarão que toda a História até hoje existente não passou de um breve piscar de olhos no curso do tempo.
Cada flor que já brotou e se decompôs, embora especial na sua singularidade, sob a régua da Eternidade, pouco representa relativamente ao Todo.
Assim como uma célula do nosso organismo, destas cuja existência dura poucos dias, sob o prisma do Eterno, tudo vira breve. Uma simples gota d’água ou uma longeva e imponente galáxia, medidas na régua infinita da eternidade, não passam de um simples pontinho indistinto.
Toda matéria, independentemente de sua magnitude – seja um grão de areia ou o maior dos corpos celestes -, por sua própria essência evanescente, quando vista à luz da Eternidade, torna-se igualmente insignificante. Se acha que é exagero, medite um pouco mais detidamente sobre isso.
De longevidade infinita, isto é, eternas, são nossas almas. Somos, portanto, viajantes nesse fluxo contínuo que é o Tempo. Estamos permanentemente diante da dualidade entre matéria (efemeridade) e espírito (perenidade).
Nossas consciências, ao longo do tempo, habitam diversas moradas, sejam diferentes corpos em diferentes vidas ou mesmo, sob outra perspectiva, diferentes planetas, em diferentes ciclos de vidas.
Calma! Tudo até agora são deduções lógicas que partem de apenas duas premissas: 1) Assumir o tempo como infinito; 2) Considerar que nossas almas são imortais.
Se somos almas imortais, visto que todos os planetas em certo momento deixam de existir, possivelmente viveremos, um dia, em algum outro planeta (ou ao menos em algum outro local qualquer, seja ele como for).
A projeção futura indica isso. Agora, pergunto: Será que no passado também não pode ter sido assim? Isto é, será que já não podemos ter vivido em outros planetas, sem que disso lembremos?